De séries globais clássicas como Sex and the City ou Desperate Housewifes aos encontros diários mais corriqueiros, entre cafés e confidências, a amizade protagoniza grande parte da nossa vida em sociedade, bem como dos relatos que sobre essa vida contamos. Às vezes a amizade dá-nos grandes momentos e grandes confortos, mas outras vezes leva-nos a rupturas e desassossegos. Mas que lugar ocupa hoje a amizade? Fica nas margens, se comparada com outros tipos de relacionamento (familiares, românticos, matrimoniais...), ou será que ocupa um lugar central, simbolicamente importante apesar de muitas vezes invisibilizado? É a amizade um sistema, uma política, um afeto, uma ética? É a amizade produtiva, dentro do sistema capitalista contemporâneo? É fácil a amizade? A amizade é ou faz-se? Como é que se desfaz uma amizade? Como é a amizade atravessada pelo género, à luz das masculinidades e feminilidades em liça, na corda bamba entre sacrifício e expectativa, entre entrega e competitividade? Por meio desta conversa, pretendemos uma partilha sobre as transgressões e normatividades da amizade, especialmente do ponto de vista sociocultural e comunicativo, oferecendo uma leitura queer deste modo intersubjetivo de falar-nos e, desse modo, existir.

Daniel Amarelo (Narão, A Corunha, 1996) é investigadore de doutoramento na Universitat Oberta de Catalunya (UOC), no programa de Humanidades e Comunicação / Sociolinguística Crítica, onde realiza a sua tese sobre como falantes queer navegam os (conflitivos) contextos sociolinguísticos da Galiza e Catalunya. Os seus principais interesse de pesquisa são a linguística queer, a antropologia linguística e a revitalização. Tem publicado artigos em diferentes revistas académicas e coordenou o primeiro livro coletivo de Estudos Queer galegos, "Nós, xs inadaptadxs. Representações, desejos e histórias LGBTIQ na Galiza" (Através Editora, 2020). Integra o projeto de investigación EquiLing, sobre justiça sociolinguística, a Rede Galega de Estudos Queer (RGEQ) e o espaço de pensamento crítico Clara Corbelhe. Além disso, é editore e ativista nas áreas LGBTIQ+, as línguas menorizadas na Península Ibérica e a cultura galega no exterior.

Guadalupe Jiménez-Esquinas é profesora Contratada Doutora na área de Antropoloxía Social (departamento de Filosofía e Antropoloxía) da Universidade de Santiago de Compostela. É Doutora internacional pola Universidade do País Vasco (2018) cunha valoración de Cum Laude no programa “Estudos científicos interdisciplinares en Patrimonio e Paisaxe”, máster universitario en estudos de xénero (2010, CSIC-UIMP), licenciada en antropoloxía social e cultural (UCM, 2009) e diplomada en enfermería (UCO, 2005). Realizou a súa tese de doutoramento cunha bolsa Jae-Predoc no Instituto de Ciencias do Patrimonio do CSIC e traballou como investigadora profesional en antropoloxía. Recibiu o VII Premio Micaela Portilla Vitoria á mellor tese sobre estudos feministas ou de xénero (EHU/UPV). En 2017 recibiu o primeiro premio á introdución da perspectiva de xénero na docencia e na investigación que outorga esta universidade (OIX-USC) e no 2023 volveu recibir o Accesit. A súa investigación céntrase especialmente na introdución da análise feminista nos estudos críticos do patrimonio analizando como os procesos de patrimonialización inciden no xénero, con casos de estudo centrados nas mulleres galegas. Xunto ao seu grupo de investigación desenvolveu estudos sobre a participación social na xestión do patrimonio cultural. Na actualidade tamén está investigando sobre a amizade política entre mulleres.